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sábado, 28 de dezembro de 2024

Um pouco de História - São Roque do Pico - Açores

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O lugar de São Roque recebeu o foral de Vila a 10 de Novembro de 1542 pela mão de El-Rey Dom Johan III , onde consta “ Eu de meu moto proprio faço ho lugar de Sam Roque vylla e ey por bem que daquy em diante pera sempre seja e se chame vylla nova de Sam Roque… ”
Situado em pleno Oceano Atlântico, a 760 milhas marítimas de Lisboa e 2110 de Nova Iorque, o Arquipélago dos Açores, Região Autónoma de Portugal, é o ponto mais ocidental da Europa.
Constituído por nove ilhas, o arquipélago está dividido em três grupos: Oriental – ilhas de São Miguel e Santa Maria, o Ocidental – ilhas do Corvo e Flores e o Central que abrange as ilhas Terceira, Graciosa e o triângulo São Jorge, Faial e Pico.
A “ilha montanha”, situada no sentido noroeste – sudeste, a 28º 20′ de longitude e 38º 30′ de latitude norte, a 4,5 milhas do Faial e 11 milhas de Jão Jorge, tem uma superfície de 447 m2, 42 km de comprimento e 15,2 km de largura, repartidos por três concelhos – Lages, Madalena e São Roque, nosso município. Com cinco freguesias: Santa Luzia, Santo António, São Roque, Prainha e Santo Amaro, este abrange uma comunidade total de 3629 habitantes (censos 2001).
Foi em 1542 que o “lugar de Sam Roque do Pico” recebeu o foral de Vila.
A vida dos seus habitantes decorria sem sobressaltos, dedicada ao cultivo e exportação de trigo e pastel.
Viver tranquilo interrompido apenas pelas erupções vulcânicas que, desde o século XVI, alteraram a paisagem do concelho, dando origem a curiosas formações rochosas, marcadas por grandes extensões de lava negra, a que o povo deu o nome de “mistérios”.
Nos finais do séc. XVIII chegaram às águas açorianas os baleeiros americanos, que aqui vinham abastecer víveres e recrutar arpoadores entre a população local.
Esta circunstância introduziu no arquipélago a caça ao cachalote, chegando a transformação industrial deste cetáceo a constituir uma das principais actividades económicas durante cerca de duzentos anos.
Com efeito, o já antigo porto comercial do Cais do Pico esteve intimamente ligado à actividade baleeira, de que temos prova no museu da antiga Fábrica da Baleia.
Por esta altura os terrenos de lava são arduamente transformados em férteis pomares de laranjeiras, com frutos considerados dos melhores do mundo, e produtivos vinhedos.
O verdelho do Pico chega a atingir fama internacional por mais de dois séculos, estando presente na mesa dos czares da Rússia.
Porém, no séc. XIX, assiste-se ao fim do denominado “ciclo do verdelho”, devido à devastação das vinhas pelo oídio e filoxera.
Facto que levou uma considerável parte da população a imigrar, principalmente para a América do Norte e Brasil.
Hoje, o concelho encontra-se coberto por uma elevada percentagem de floresta, porém o sector primário, principalmente a agricultura, continua a suportar um peso considerável do equilíbrio da economia doméstica.
O sector dos serviços é, no entanto, o que regista maior desenvolvimento.
Todavia, atendendo ao que de melhor o concelho tem para oferecer, o turismo terá de ser uma das grandes apostas do futuro.
Caracterizado pelo negro da rocha vulcânica e por uma vegetação exuberante, São Roque oferece vários pontos dignos de interesse turístico.
A Reserva Natural da Montanha do Pico, montanha mais alta de Portugal, com uma imponente altitude de 2351 m, de cujo cume se pode observar a magnífica paisagem do Pico e ilhas em redor, é uma das zonas naturais mais características de todo o arquipélago.
Em redor as lagoas do Capitão, situada no planalto interior, e do Caiado, no planalto central, integrada num núcleo de pequenas lagoas, completam a beleza deste lugar repleto de vegetação endémica.
Os mistérios da Prainha e de Santa Luzia, o primeiro resultado de uma erupção vulcânica do século XVI e o segundo da erupção de 1718, quando as lavas expelidas atingiram uma distância de cerca de nove quilómetros até atingirem o mar entre o porto do Cachorro e o Lagido.
O Miradouro da Terra Alta, situado sobre o mar entre Santo Amaro e Piedade, com vista para a costa sul da ilha de São Jorge, tal como o Parque Florestal da Prainha, dotado de zonas de lazer eequipamento adequado à realização de piqueniques.
O sítio da Furna, localizado na freguesia de Santo António apresenta também uma curiosa combinação do poder das forças da lava vulcânica e das ondas do mar, sendo um importante poiso de aves de arribação.
E não podemos deixar de referir a característica Paisagem Protegida da Cultura da Vinha do Pico, recentemente elevada a Património Mundial.
Em particular, cada uma das freguesias do concelho têm locais e monumentos, sobretudo de cariz religioso, que mais ou menos conhecidos não perdem o seu interesse.
Na vila de São Roque, a Igreja e Convento de São Pedro de Alcântara, construção que remonta ao século XVIII, oferece uma bela panorâmica da vila deitada sobre o mar. Edifício barroco, com torre sineira e arcos, guarda no seu interior valiosas talhas douradas, azulejos historiados na capela-mor e um imponente arcaz em jacarandá na sacristia. Do mesmo modo, na Igreja Matriz, reedificada em 1776 sobre um templo mais antigo, dedicada ao padroeiro São Roque, podem-se apreciar altares em talha dourada, assim como imagens do século XVI do santo patrono e do Século XVII de Santa Ana, uma estante de missal em madeira de jacarandá com embutidos de marfim e um lampadário em prata oferecido pelo Rei D. João V no século XVIII. Na mesma vila, o Museu da Antiga Fábrica das Armações Baleeiras permite a observação dos apetrechos e equipamentos utilizados na transformação daqueles cetáceos. Com umas impressionantes caldeiras e fornalhas é internacionalmente considerado um dos melhores museus industriais do seu género.
Santo António, que remonta aos finais do século XVII, tendo como padroeiro o santo que lhe empresta o nome, possui um pequeno templo, composto por uma única torre sineira, ao contrário do que acontece com a maior parte das igrejas da ilha, com um precioso retábulo de capela-mor todo dourado de fino corte, provavelmente um dos mais belos da ilha e dos Açores. Dignas de nota são , também, as imagens de assinalável dimensão de Santo António e do Coração de Jesus. As ermidas características dedicadas aos santos patronos de São Vicente e Santana colaboram para o imperativo desta visita.
Santa Luzia, elevada a freguesia em 1617, é um povoado característico, com os pitorescos lugares do Lagido, Arcos e Cabrito, junto ao mar. A Igreja Paroquial tem como orago Santa Luzia e já existia em 1723, possuindo um interessante altar-mor em talha dourada. Nos lugares à beira-mar podem-se visitar as ermidas da Senhora da Pureza (século XVII), de Nossa Senhora Rainha do Mundo e de São Mateus (séculos XVII / XVIII). Merecendo ainda referência o lugar da Ribeira Nova, onde se observam algumas construções basálticas com características primitivas.
A Prainha, segunda povoação contruída na costa norte da ilha, tem como principais atractivos a piscina natural Poça Branca e a Baía de Canas, zona de veraneio outrora ligada à produção de vinho verdelho. Onde encontramos a Igreja de Nossa Senhora da Ajuda, mais um interessante edifício do século XVIII.
Santo Amaro é por tradição o principal estaleiro naval dos Açores. Artífices experientes, usando ancestrais técnicas de construção, transformavam retorcidas peças de boas madeiras em botes e traineiras. Do século XVIII, com torre baixa e ameada, ficou-nos também a igreja paroquial do padroeiro.
Enfim, assim é o concelho, entre o sossego do espírito e a agitação da natureza, a policromia cultural de um povo que procura preservar o que de melhor tem para oferecer sem renunciar ao desenvolvimento de um amplo horizonte futuro.
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