AD (728x60)

terça-feira, 19 de novembro de 2024

Brasil II - Nordeste: Bahia de todos os santos

Share & Comment

Freqüentemente, a comida baiana é associada com a culinária de todo o Nordeste - uma idéia equivocada que vem principalmente de quem não conhece a região, muito menos o Estado. Ao contrário do que acontece em boa parte do Nordeste, cujos pratos foram moldados basicamente pelos portugueses e índios, a Bahia acolheu de braços abertos a influência dos africanos - mais do que qualquer outro Estado da federação, diga-se de passagem - e isso é visível na rica comida baiana.
É praticamente impossível não associar a culinária baiana com o azeite-de-dendê, o leite de coco e a pimenta, três ingredientes de uso predominante dos escravos africanos que primeiro aportavam em Salvador (a primeira capital da colônia) e depois eram distribuídos para o restante do país.
O dendê, por exemplo, é uma planta africana que foi aclimatada na Bahia. De seu fruto se extrai o azeite usado em diversas delícias, como a moqueca e o acarajé. Já a palmeira que dá o coco e seu leite nem sequer existia no Brasil antes da colonização -- é árvore originária da Índia e, assim como o dendê, fincou raízes por aqui, literalmente.
A pimenta é um caso à parte. A malagueta, consumida em quantidades que fazem muitos paulistas e cariocas suarem só de pensar, é um ingrediente típico brasileiro. Os africanos conheciam um outro tipo de malagueta. Após provar a espécie nacional, abandonaram a malagueta de suas terras. Mais: levaram a malagueta brasileira até o continente africano e, uma vez cultivada por lá, o fruto brasileiro tomou o lugar da "irmã" no gosto e nas plantações.
Junte esses três ingredientes com a variedade de peixes e frutos do mar encontradas na costa do Estado e tem-se aí a base da culinária da Bahia. O camarão seco é muito usado nos acarajés e no caruru, efós e outros pratos.
Vale lembrar ainda que cada orixá do candomblé, religião que primeiro se instalou entre os baianos, tem seus próprios gostos culinários. A farofa de dendê é servida para Exu, enquanto Xangô gosta de caruru com azeite-de-dendê e camarão seco. Há uma versão com rabo de boi, que é chamada de amalá. Oxalá prefere cuscuz de milho, enquanto Iansã aprecia o acarajé.




Tags:

Written by

We are Creative Blogger Theme Wavers which provides user friendly, effective and easy to use themes. Each support has free and providing HD support screen casting.

0 comentários:

Postar um comentário

 

Agradecimento

Agradecimento
Agradeço eventuais matérias e ou fotos dando assim os também eventuais créditos. Se alguém, por qualquer motivo, achar que estou violando direitos autorais, entre em contato que a publicação será devidamente creditada ou ainda retirada.

Recent Posts

Copyright © Cozinha Internacional da Dona Sinhá | Designed by Templateism.com | Published by GooyaabiTemplates.com